quarta-feira, 28 de maio de 2008

Raio Q o Parta, a primeira de muitas grandes andanças. #20



Uma pequena conversa antes das reuniões.

Depois de uma longa noite revirando a cama em busca de um malfadado sono, acordo, ou melhor, me levanto às 07:30, quase de madrugada para meus neurônios, e passo a fazer a correria para conseguir a câmera e alguns créditos do meu "leva eu" para cair no mundo com meus companheiros Diogo Quirino e Marcos Fonseca. Tudo isso para estruturar o novo coletivo que estamos desenvolvendo. A primeira reunião que tínhamos marcada era na fundação Iaripuna com o vice-secretário municipal de cultura, mas "demos com os burros n'água", a fundação havia mudado de sede e lá foram eles, eu não havia chegado ainda, em direção ao novo local; alguns 4 quilometrosdepois achamos a nova sede, para quem quer saber é atrás do batalhão dos bombeiros da tenreiro aranha aqui em porto velho.


Vice-secretário Municipal de Cultura ouve a trupe do Raio que Uparta.


Logo que chegamos fomos recebidos pelo vice-Secretário que se mostrou aberto as propostas do coletivo. Primeiro por que diferentemente da prática que é exercida aqui por essas terras, não fomos apenas em busca de apoio ou financiamento, mas buscar contatos e trocar know-how a fim de estruturar um coletivo autossuficiente, ou quase, que não se paute exclusivamente no assistencialismo público. Segundo, a cultura e seu fomento tem sido umas das plataformas de trabalho dos poderes PETISTAS, demos sorte de nosso município estar entre esses, aliado a crescente estruturação dos coletivos (sindicatos, federações e ongs) com fito na cultura dentro do estado o ambiente tem gradativamente se tornado propício para um trabalho diferenciado. Depois de uma agradável conversa, pois logo a reunião deixou de ter ares formais, aliás todos se conheciam ali, acerca da cena musical regional, o "monopólio" das rádios e outros...

Marcos Felipe, Ruymar Pereira e Gregório da Silva discutem a produção local

Ainda no mesmo prédio fomos à sala do Diretor da Fundação Cultural, que também é o vice-presidente do SATED Porto Velho (Sindicato dos artistas em teatro e diretores) e presidente do CTB, Gregório da Silva onde nos reunimos com um representante do teatro independente da cidade Ruymar Pereira. Trocamos contatos e discutimos a atual produção local que se encontra em ascenção e no entanto é ainda esparsa e sem um foco, um ponto onde pode ocorrer o debate e a circulação entrea produção local. Temos grupos de balet, sonorizadores e iluminadores, músicos de diversos estilos, grupos teatrais e artistas plásticos, mas essa produção parece ainda não dialogar entre si, como se todos estivessem buscando apenas um espaço próprio, sectarizado e não abrangente.


Daí que nessa reunião mostramos a proposta do coletivo Raio Que Uparta que é justamente essa, integrar as diversas produções locais e proporcionar um espaço (físico) que não seja totalmente dependente dos poderes públicos e onde ocorra essa integração. Foi o que chamamos de Ponto de Cultura, ou mais precisamente um local disponível para exposições, apresentações diversas e que funcione como um centro onde o principal convidado seja o diálogo.


Depois das reuniões fizemos uma longa andança pelo centro da cidade em busca de um bom lugar onde se poderia fazer esse Centro Cultural, mas essa é uma longa história, de fome e bolsos vazios, de três caras sob um sol escaldante um longo dia que acabou com o sentimento de dever cumprido e de que estamos dando apenas o primeiro passo (de muitos).


luiz cochi



terça-feira, 27 de maio de 2008

Arte na parede #19


Encontrei um artista fudidasso, e só pra divulgar mais , é o BLU, da alemanha ,artista "de rua" http://www.blublu.org/sito/drawings/01/01.htm. Suas anoimações são realizadas em stop motion utilizando muros e outros como "papel", vale a pena conferir, aliás, o cara teve um trabalho do cão pra fazer os vídeos.
Eu o encontrei no blog http://lalai.net/, que assim como esse blog trata de musica e coisas em "geral", muito massa também.

E por falar em arte, esta semana teve uma reunião do novo coletivo "Raio Que o Parta" que vai começar suas atividades no mês que vem. Foram distribuídas as diretorias e postas as propostas de funcionamento e a idéia da sede que engloba um ponto cultural.

Luiz Cochi

terça-feira, 20 de maio de 2008

Economia e Bandas Independentes #18

Não vou analisar a viabilidade econômica e desenvolvimento das bases econômicas para a existência de um mercado "independente", mostrarei dois pontos de vista, um regional, mais especificamente sobre a cidade de Porto Velho, e um artigo sobre como funcionam as turnês de bandas na Gringa. Agora alquem pode dizer,"fodam-se Yankees Capitalistas!", mas lá existe um sistema em que todos saem beneficiados, os donos das casas e as bandas, o que parece ser bem estranho a realidade brasileira onde todos querem bandas de graça e lucros exorbitantes.

http://www.sergioramos.com.br/materias/artigo_sergio_ramos.pdf

http://discodeouro.wordpress.com/2007/06/16/ensaio-o-modelo-economico-das-turnes/

leiam, pensem e aproveitem

Luiz Cochi

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Casarão e Beradeiros, estruturação da "comunicação" # 17

Estou devendo algo sobre o casarão, mas por dois motivos de força maior não escrevi antes, primeiro uma tendinite que me impedia de escrever e segundo uns exames que tenho de fazer para um trampo ai, mas isso é problema meu.



O festival Casarão proporcionou uma rarra oportunidade fazendo com que produtores e agentes da mídia independente, leia-se circuito fora do eixo, estivessem presentes contribuindo com seminários, palestras e workshops. O que de fato faltava para um maior amadurecimento da cena local, a aquisição e a responsabilidade de um trabalho em grupo, mesmo com alguns poucos que se omitiram ou que eram simplesmente contra sem qualquer argumento. É claro que nenhum movimento é perfeito e como o Pablo kossa disse numa das mesas, em um processo de mudança nunca saberemos onde vai dar, nem quem é que efetivamente vai se beneficiar com toda a movimentação. Mas se ficarmos parados nada vai acontecer, também não podemos sobrevalorizar a tal da "comunicação" que é sim essencial, mas só quando temos o que comunicar, no caso seriam bandas e artistas.






Além de poder participar das reuniões em que parametros foram trocados para a execução do projeto beradeiros, tive a oportunidade de conhecer pessoas (e não apenas contatos) que tinham muito apreço pela cultura urbana underground. um desses caras é o Pedro de Luna, simpatississimo e um dos caras mais conscientes sobre a nova forma do mercado cultural que esta se estabelecendo. Segue aqui a pequena entrevista que fiz com ele:






Entrevista Pedro de Luna, 33 anos

Atuação: cidade de Niterói , uma das fora do eixo no estado do rio. Começou aos 18 anos como jornalista com um fan zine, depois promotor de eventos e cartunista, hoje faz um programa de rádio, colabora com vários jornais e o principal é que ele é coordenador do araribóia Rock. Coletivo que reúne as cidades “do outro lado” da baía de guanabara, iniciado originalmente em niterói, agora abrange outras cidades da região, congrega mais de 200 bandas e tem como fito conseguir mais espaço e apoio do poder público e da iniciativa privada. Que foi uma das principais discussões da mesa a luta contra a exclusividade dos investimentos das empresas nas capitais. Conseguindo várias conquistas, além de um festival, realização de eventos quase todas as semanas, uma coletânea que sairá por um selo da prefeitura de niterói e também um dia municipal do rock realizado na data de fundação do araribóia, coisa que poucas cidades têm no Brasil. Também Pedro está acabando de escrever um livro que será publicado também pela prefeitura.

Luiz Cochi: qual você acha que é a importância, o papel das casas de eventos para as cenas locais? Vocês do arariboia tem uma sede?
De Luna: nosso maior sonho , hoje, é ter essa sede, que não seria apenas uma casa de shows, mas um escritório, um centro de convivência, com biblioteca, “cdteca’. As pessoas conversando tudo cresceria. Mas já que não conseguimos ter uma sede própria estamos ocupando espaços públicos principalmente por que as casas voltadas para músicas não duram muito ou mudam de estética. Nossa linha de atuação é essa, nossa forma de protestar é ocupar praças, uma praça em especial a Getúlio Vargas que tem um cinema e que querem construir um prédio no local e nós queremos tombar o imóvel. Então toda ultima sexta feira do mês nós realizamos eventos abertos com intervenção de vários artistas. Esse tipo de espaço trás algumas facilidades como censura livre, e gratuidade, mas quem financiaria isso seria o poder publico. Hoje é essa a nossa luta.
As artes devem também ser integradas, sempre sugiro que se coloquem outras artes nos eventos. Vai sair uma tirinha do meu personagem em que ele está assistindo um show da coveiros em Rondônia, coveiros é um nome legal, não ouvi ainda mas acho que vai ser legal. Veja que outras mídias podem se alternar. Imagine uma exposição em que um artista plástico sonorize seu ambiente com as musicas de uma banda independente ou então nos intervalos de um festival serem apresentadas peças de teatro. Ou mesmo outras como poesia.
Tem um movimento lá no Rio de Janeiro chamado Arte Jovem Brasileira que consegue bem mais fácil essa integração. Justamente por não ter essa delimitação de movimento rock.

De luna e a exposição do Bzão, personagem que vive uma vida "alternativa"




Luiz Cochi: você acha que a cena musical independente vai ser absorvida pelas grandes empresas?
De Luna: é uma coisa que divide muitas opiniões. Veja, por mais que você seja idealista, romântico tudo isso, chega hora que você não é mais um garoto, que você tem contas pra pagar. É fácil quando sua família tem uma boa condição ou você tem um puta emprego. Mas acho que você pode ser independente e ser economicamente “dependente”. Isso é até necessário. Mas o importante é ser esteticamente livre, você não vai colocar a banda do filho do cara que financia. Eu me dedicava a um jornal, vendido em banca, Jornal do Rock, por dois anos e que eu amava de paixão, um jornal bom e super-conhecido. Mas não dava retorno, eu pagava minhas contas com outro emprego. O financiamento é essencial e outras alternativas.

Luiz Cochi: Sei que você é um adepto das mídias analógicas em contrapontro a digital, você acha que elas podem coexistir?
De Luna: Elas devem coexistir, existem algumas facilidades, mas eu não abro mão de uma revista ou de um cd. Realmente um I-pod é muito mais confortável que um discman, mas existe todo aquele ritual de se ouvir um cd, a capa, o encarte tal. Existem facilidades mas ambas devem existir, sou a favor de existir tudo.

Sites recomendados por pedro de luna:





arariboiarock.com.br (site do movimento arariboia)
venenosafm.com.br (radio em que atua ao lado do rodrigo Lariu
punknet.com.br (onde ele tem uma coluna)
sk8.com.br (site de skate totalmente independente)





Contando com a presença de representantes de vários coletivos como o Catraia (AC), Espaço Cubo (MT), Vilhen Rock(RO) e do Beradeiros (RO) foram realizadas reuniões e debates onde foi propagada e disseminada a tecnologia e o modus operandi para a realização de atividades voltadas para o fortalecimento das atividades do movimento Beradeiros. Na primeira oficina, realizada na quinta pela manhã, tendo o Ney Hugo do espaço cubo como orientador, tivemos um apanhado geral das midias e formas de trabalho dentro da mídia independente.

Foi bom também o ambientye de discussão, não bate boca ou barraco como acontece por aqui, mas de troca de idéias, visões e experiencias. A equipe do beradeiros trabalhou na comunicação elaborando textos para o portal fora do eixo http://www.foradoeixo.org.br/ destes alguns são meus, contando ainda com a colaboração da Rebeca Barca, Nettu Regert e parceiros do C. A. de história da UNIR. Seguem as coberturas dos dias do festival:


http://www.foradoeixo.org.br/ver.php?noticia&id=147


http://www.foradoeixo.org.br/ver.php?noticia&id=148


http://www.foradoeixo.org.br /ver.php?noticia&id=149



Nettu Regert, de Vilhena, entrevista a Sucodinois, de Porto Velho


Há também analises mais profundas, feitas pelo Urbanaque, dirigido pelos irmãos Dias, http://www.urbanaque.com.br/conteudo_musica121.asp. A presença do pessoal da Escarnio e Osso, que homenagearam a ciadade com música homonima, http://www.escarnio.com.br/.


Os elogios de Pablo Capilé para a HEY HEY HEY! http://www.foradoeixo.org.br/pablocapile/.


E as opniões oportunas de Vinicius Lemos, idealizador atual mago da cena em PVH, http://www.foradoeixo.org.br/viniciuslemos/.



one weak, 4 anos e público cativo na capital



Foi com imenso prazer que fiz os trampos e que pretendo continuar a fazer se no beradeiros deixar de existir toda aquela centralização de informações e falhas de comunicação. Perdi a apresentação de boa parte das bandas, por exemplo, to achando que não teve Mrs. Jungle, e teve sim, mas o pessoal aqui gosta de me fazer de louco. rsrs.


No balanço geral, fica a experiência, os amigos e os poucos shows que consegui assistir.




por Luiz Cochi