terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Toquemos cover, por favor #6

Na cena de PVH é comum ver bandas novas em folha tentando enfiar goela abaixo sua música, na maioria doss casos ruim, goela a baixo do público. Dois únicos motivos para essa tática funcionar. Primeiro, nos vencem pelo cansaço mostrando de novo e de novo um repertório fraco, assim como vi acontecer com algumas bandas daqui. Segundo, dentro da atual e alardeada ideologia da música autoral disseminada dentro do meio "independente" tocar cover é uma coisa feia (como também já vi acontecer com uma banda que agora pouco se apresenta) uma mostra de falta de criatividade. O que é uma tremenda besteira e não vou mostrar nenhum motivo para isso, se contorça na sua cadeirinha adivinhando...
Aí, alquém me pergunta: "Sim, mas temos ótimas bandas, muitas coisas novas surgindo e a coisa toda está crescendo. Qual é o problema?" Uma vez me disseram que se o homem morasse no fundo do mar a última coisa que ele descobriria seria a água. Bem, é visivel, ou quase, sei lá a ressequidão da nossa atual "elite" artística musical "independente. Me explico, na época dos covers, e ainda hoje com bandas que o fazem, o público era muito maior, mais empolgado e mais cativo com as bandas. Alquém diria que é por causa da música que se RE-produzia, mas não. As pessoas iam em busca do espetáculo, mesmo que pequeno, de tal ou tal banda. Não cansei de ouvir dizerem "cara, essa banda é do caralho", e lá estava o novo convertido para ouvir o cover tocado por AQUELA banda. Muitas vezes os covers eram os mesmos tocados por outras bandas, mas muito mais que ir ver cópias de bandas "mainstream" os garotos iam para os eventos ver essas mesmas bandas, pelo carisma, pela tragicomédia, pelo sangue. E muito diferente do que acontece hoje era da banda cover que eles gostavam, era ela que eles iam assistir. Eu vi isso, eu acompanhei, eu assisti e pulei, e dancei..
Onde quero chegar? hum..., Não sou contra isso de tocar música própria não. Mas é que o cover bem tocado é capaz de trazer uma energia próxima da que se quer PRODUZIR, o que não caracteriza cópia. Exemplo: A mais consagrada banda do norte tocava covers sim e muitos, até Come Together dos Beatles. Deu no que deu: banda bem ensaiada, com sonoridade bem definida e "indefinida", carisma e, o principal, contato com o público. É 80 % do que falta por essas bandas, com algumas ressalvas, o contato com o público, olhar na cara do cabeludo com a guitarra e ver que ele tá gostando daquilo, sentir o que os caras em cima do palco sentem como uma simbiose. Concluindo toda essa apatia não passa de um problema gerado pelo cânone do "não toque cover" afastando, e não eximindo, as bandas de um dos pontos-chave do espetáculo.
Nos pequenos detalhes que faltam para que existam grandes bandas em PVH basta uma critica bem estruturada e capaz de apontar os defeitos (sim, aqueles que falamos escondidos por que o cara da banda é seu amigo ou te deve um favor) e um ainda mais crucial e que está minando tudo, sairmos da onda de festivais. Sim eles são ótimos, diria até maravilhosos, mas não são tudo no mundo da música. Mas sobre covers era só isso mesmo.
por Luiz Antonio

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Olhar #5

Ainda ontem estava sentado no fundo de um ônibus, pensando um monte de abobrinhas, quando vi um gavião em plena cidade. Ali, no trevo em que todo mundo que vai pra UNIR quer chamar de "bola". Enquanto eu passava pelo círculo o pássaro vôou baixo, quase por entre os carros, planou leve atravessando a movimentada rodovia. Ninguém o percebeu, nem se quer o viu, acho que foi só eu mesmo. Talvez eu o tenha imaginado, uma vez dissram que eu tinha mania de gaviôes.
Atravessou a rua, planou por sobre um monte de lixo, bateu asas até o topo de um outdoor daqueles bem coloridos. Ficou lá com seu ar imponente e sério, acima da imagem de uma mulher qualquer de um programa qualquer de TV. Olhei em volta dentro do ônibus, ninguém dividia comigo aquele pequeno espetáculo.
É preciso de olhos para ver as coisas e algo mais para presencia-las.

por LUIZ ANTonio

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Grito do Rock RO #4



Foi descer do ônibus direto do Acre e ir para a "casa de Shows", já meio recuperado do meu estômago pude chagar a tempo (pelo menos uma vez na vida) para ver a primeira banda. Bem, a estrutura do lugar era ìnfima mas o evento foi de uma energia e qualidade pouco vista na cena roqueira da cidade.
A primeira banda, Kilowatts, fez uma apresentação ótima no que parecia uma de suas primeiras apresentações. Som bem ensaiado e dentro da afinação sem deixar nada a desejar. Minha única crítica é que eles poderiam ter tocado covers, para quebrar o gelo, não acho muito legal uma banda iniciante tocar só músicas próprias. Para quem conhece Engenheiros do Hawai e essa trupe dos 80's eles são uma boa pedida.
Depois veio a poetagem do pessoal da Odisséia com a clássica mistura de MPB e poesia. Uma demonstração cult de garotos que fazem um som limpo voltado para um p´´ublico mais "inteligente" entremeado pela recitação do Front Man. Uma apresentação limpa, clara e decente bem distante da minha idéias de poesia ou seja lá o que for.
Neofytos de Jipa destruiu tudo, com postura de palco, qualidade no som e todos aqueles pequenos detalhes que fazem uma grande banda. A dupla das cordas era um espetáculo à parte com suas longas cabeleiras "Metal" e seus coturnos. Mostraram que para se fazer Roque decente e palatável não é necessário apenas pose e cara de super star, me cativaram, logo eu que não curto Sepultura e sons pesadões.
A radio ao vivo deixou uma má impressão para mim, a noite podia ter ficado sem eles. Vocais desatentos, músicas mal trabalhadas e enjoativas. Tá certo que o som da guitarra deles melhorou muito nesses 5 anos de estrada, mas nada de muito surpreendente. De fato o público que chegou a atingir umas 100 pessoas antes deles caiu muito quando começaram a tocar, diz uma lenda que até os vizinhos ameaçaram chamar a polícia. Conheço os caras de longa data e não posso evitar de reconhecer que outra banda poderia ter tocad no lugar deles.

Veio a Miss Jane e deu um banho de técnica e criatividade sendo um dos pontos altos da noite com uma longa e deliciosa improvisação ao fim do show. Estou esperando por um lançamento deles, quero ouvir as músicas e ter o cd.

A Somos fechou a noite bem rapidin antes que imprevistos acabassem com tudo, infelizmente não fizeram o tão esperado final que fazem. Com o fim inesperado do festival algumas bandas não se apresentaram. Mais um vez faltou um pouco de planejamento e visão. Mesmo assim espero pelo próximo com boas e mais bandas no ano que vem.


Grito do Rock "Acre" #3




Rio Branco AC


O Acre tem se mostrado como uma grande casa de novas bandas, muitas delas boas, mas mesmo assim continuo achando que o público ainda é menor que o de Porto Velho. Consideremos que Rio Branco é bem menor que a capital de Rondônia. Ainda que empolgado com as apresentações da quinta-feira, primeiro dia do Grito, consegui me atrasar para a sexta, tanto que só assisti a SOMOS, que já conhecia do Festival Beradeiros 2007. Mas um ponto me alegrou nessa parte, segundo comentários que ouvi a maior parte das apresentações desse dia foram de bandas de Metal, então, como pouco ou nada entendo desse estilo não tenho o que lamentar. Além do mais, bandas de metal me parecem todas iguais, perdoem minha ignorância.

Logo no primeiro dia perdi a primeira banda (Parafal) devido a minha total ignorância quanto ao fuso-horário, tanmbém chegeui ao final da última música da banda subseguente, por isso não vou escrever sobre estas para não ser falso.

A, minha, primeira banda da primeira noite foi a Dona Chica apresentando um reggae com influências de bandas já consagradas no brasil nesse estilo. É inevitável compará-los com nomes como Rappa ou Natiruts, e lógico, a enorme estampa de uma imagem do Bob Marley na camisa do vocalista deixa tudo às claras. Como muitas das bandas do Acre havia uma garota no grupo, a melhor baixista que já vi tocar, entusiasmada, concentrada além de bonita e e possuidora de uma ótima presença de palco. Tanta admiração por ela me rendeu uma briga com minha namorada.

Depois veio a Capuccino Jack, que eu Adorei. Simples e hamoniosa, mostrando que sentimentalismo não precisa ser piegas. A apresentação deixou a todos satisfeitos pois a banda tem postura de palco e canções fortes, dentro do estilo deles, para comandar uma ótima apresentação. São vários pequenos detalhes que me cativaram, do baixista descontraído ao visual e expressão do front man que muito me lembravam Ian Curtis e Renatos Russo, os garotos são bons. http://coletivocatraia.blogspot.com/2007/12/capuccino-jack.html
Então foi a vez da Calango Smith apresentou um rock bem convencional com as velhas misturas que tanto conhecemos, não os assisti da frente do palco mas de onde eu estava podia ouvir nitidamente o som. Enquanto se preparavem vi que tinham um visial bem diferente e uma menina entre seus integrantes também. Som dentro dos comformes e bem esnasiados, se eu não estivesse muito ocupado eu os teria assistido de perto.

A MARLTON realmente me deixou um tanto encabulado, de onde eu estava não os pude ver entrar no palco, mas pelas duas primeiras músicas pude jurar que eram metaleiros convencionais, mesmo, sem preconceito, eu ouvi o velho e "bom" metal. Mas a terceira música era meio que hardcore puxudo prum charlie brown jr, depois, quando eu estava no meio da platéia eles metem um super inusitado cover do Foo Fighters, the best of you, certinha, sem erros fantástica. depois fizeram uma saidera com uma outra de suas músicas que voltava ao início. De fato me deixaram sem ter o que dizer, nem o que pensar, SIM!, eles são bons, mas me senti meio que perdido no meio daquilo.

A Blush Azul quase afundou o flutuante, com um público já consolidado na cidade eles (ou elas) juntaram o maior público da noite. Seja pelo baixo firme com sua sorridente dona ou pela bateria bem estrutura e longe de clichês o conjunto conseguiu manter uma apresentação consistente em que imperou o entrosamento entre os integrantes e músicas perfeitamente executadas. Quebraram um dos meus principais paradigmas, sempre acreditei que “elas” no comando de uma banda nunca me satisfariam, mas descobri estar redondamente enganado. Sempre vi mulheres em bandas como um ingrediente que ia muito mais para o lado “Vejam como não sou machista” e Blush Azul me mostrou, mesmo eu tendo ouvido zilhões de comentários desfavoráveis de pessoas que as haviam visto a cerca de um ano, que com persistência e experiência homens e mulheres, ou seja lá que for, podem fazer música boa.

A HeyHeyHey! Em sua primeira apresentação fora do seu estado de origem lançaram seu segundo single Pequeno Monstro, que estou ouvindo e achei fantástico,fecharam a noite e conquistaram muitos ouvidos por lá. Eu que já os conheço há bastante tempo não pude deixar de notar o nervosismo deles e alguns erros microscópicos, imperceptíveis para o público novo, mas bem claros para mim que mesmo assim não mancharam a apresentação dos caras que estão em sua melhor forma agora.






No segundo dia do evento não pude chegar a tempo pois tive um problema sério, perdi quase todas as bandas devido a uma infecção intestinal chegoi a tempo apenas de assistir a última banda. SOMOS que se apresentou muito bem e mostrando suas já famosas garrafinhas de bebidas etílicas, tocram musicas do primeiro cd e as, ótimas, músicas do Ep da Vaquinha. Como em todo final de show eles fazem uma enorme improvisação convidando todos os músicos presentes. Entre frases evocadas por Diogo (los Porongas) e a viajem Blues de Saulinho (Camundogs) a noite terminou com uma enorme onda de som num verdadeiro carnaval sobre o palco.
por Luiz Antonio

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Hey Hey Hey, a Metamorfose em PVH #2

Eu, como fã de carteirinha e amigo dos caras posso ser suspeito para falar, mas a banda que mais se mostrou harmônica e conectada às mudanças na cena Rock Independente dessa cidade foi a Fabrica, atual Hey Hey Hey. Com o rock cru e barulhento do início, lá pelo primeiro semestre de 2006, conheci e admirei de prima o som e a cara da banda. Era perceptível que com uma cena voltada quase toda para o "Cover, maldito cover" a sonoridade era, forçadamente mas não sem qualidade, rápida, barulhenta e empolgante e lembrava muito as influências, que iam de Strokes a Franz Ferdinand até a um quarteto de cariocas metidos a Beatles. Assim nessa primeira fase a Fabrica, como um monte de bandas que surgiram no mesmo ano, começava a cativar um público e a cultivar a nova postura de bandas, apresentando muitas (e boas) músicas próprias e aprentações perfeitas. Vale resaltar que até o Festival Beradeiros de 2006 poucas eram as produções locais autorais e, de repente, explode esse monte de bandas inesperadas como Bichu du lodo, Fabrica, Miss Jane e Recato dando assim o potência que faltava para a cidade que carecia de bandas boas e variadas, cansada de ver a luta incessante de (uns poucos) músicos tentando fazer e divulgar seus trabalhos autorais.
Para adiantar as novidades, eles estarão lançando um "disquin" com 4 músicas gravadas em janeiro, se apresentarão em dois Gritos do Rock e compõe um repertório novo.
Entrevistei a atual, "nova, antiga", baixista da HEY HEY HEY falando um pouco sobre música e influências.
O Fundo do Mundo: Neila posso fazer uma entrevista com vc? como baixista da fabrica, pra colocar no meu blog?
Neila: Agora?
O Fundo do Mundo: Sim, só responde umas pergunta aí, sabe aquela velha coisa de sempre.
Neila: Vixi...tá.
O Fundo do Mundo: Qual é o nome da banda?
Neila:
ahh, é a banda é hey hey hey
O Fundo do Mundo: Eu sei que vc já teve outras experiências com banda e já havia tocado na Fabrica há um tempão? e agora com a HEY HEY HEY, qual é a ligação com seu "passado"?
Neila: Hum.. peguei a primeira vez em um baixo na vida quando o Felipe me chamou pra tocar na"Fábrica", cheguei pro meu primo e pedi para ele me ensinar as notas e fui lá no Felipe, pra fazer o teste, até hoje não me considero uma baixista, sou só um pessoa simples que gosta de se divertir de vez em quando tocando, voltar a tocar na hey hey hey foi voltar a sentir a sensação novamente de aprender a tocar de novo... porém agora um pouco mais amadurecida!
O Fundo do Mundo: Fale um pouco sobre as pessoas, ou ídolos, que tem inspiram a tocar e sobre como é essa coisa de fazer música.
Neila: São duas Kim's, Kim Deal, Kim Gordon, quando penso em alguém tocando, ou que gostaria de conhecer, são elas. Nossa, mulheres nota 10!!! Sempre quando esculto, vejo, vem o pensamento de como alguém consegue me fazer ter aquela sensação... elas são poderosas.
O Fundo do Mundo: Sensações, que outro tipo de arte mais vc curte?
Neila: Curto muito fotografia, não só fotos, mais procuro observar os locais onde passo e imaginar cenas de filmes... ou a imagem perfeita pra algum momento, a luz, o tempo, quando assisto filmes observo muito a fotografia dele, o que ela está mostrando, e a personagem, no caso real, as pessoas dentro dessas paisagens, montagens, as cores... Bom eu gosto de fotografia.
O Fundo do Mundo: Tem algum filme que vc acha que teria HEY HEY HEY como trilha ideal? Ou algum que vc assista e diga: esse eu queria fazer uma trilha ou pelo menos escolher as música.
Neila: Não consigo lembrar agora ohh, mais tem sim muitos filmes que eu poderia tirar uma música e colocar alguma da hey hey hey, há, e escolher músicas para filme, eu adoraria escolher a trilha de filmes, os filmes que + gosto ja tem trilha perfeita, como Donnie Darko, não só a trilha como fotografia, adoro este filme.
O Fundo do Mundo: Bem, tem um Clássico, que eu detesto, mas todo mundo gosta, o Trainspotting, com músicas do Velvet Underground e Lou Reed. Você acha que uma cena Rock independente deva abranger outros meios, como cinema e fotografia ou você acredita na música pela música? E a tal da cena que vivemos agora, quais sua expectativas?
Neila: Cena Rock independente, bom seja qual for a cena, acho que música, principalmente boa música, deve estar em todos os lugares possíveis, cinema e fotografia, são formas de expressão assim como a música, fazem um conjunto que me agrada muito, eu acredito na música, e em todas as formas que ela pode chegar a te tocar, entrar em você! Expectitativa... bom o que esperar da música, ela tem tanto caminhos pra percorrer e tantos pra conhecer profundamente...espero que vá longe, depois volte, vá fundo e continue assim só não pode faltar inspiração pra isso... ela precisa só se desligar e se ligar nela, viajar... O
Fundo do Mundo:
Hum... Quais os planos com a Hey Hey Hey e quando vamos poder assisti-los de novo ao vivo?
Neila: Vamos terminar nosso single, "Pequeno monstro", até a metade de janeiro, vai ser lançado na internet, depois vamos gravar o resto das músicas até fevereiro e lançar o resto na internet e em cd, vamos tocar no Grito do Rock, no Acre, que vai ser nos dias 31/01/2008 e 01/02/2008. Vão ser todas as músicas que tocamos no beradeiros e mais uma que estamos terminando.
O Fundo do Mundo: Vou sim. Você pretende compor ou cantar alguma música ou não está nos seus planos?
Neila: Sem pressa estou procurando inspiração para compor uma música, no momento elas estão saindo meio sombrias heuheuehueheu, e essa fase é só minha e não da banda. Cantar não está nos meus planos, no máximo cantar um refrão, ultilizar ela pra ajudar as músicas a ficarem melhores...algo assim.
O Fundo do Mundo: Para finalizar, sei lá, qual outra banda vc mais curte atualmente na cidade? Sem ragação de Seda, por favor...
Neila: Curto? ah, eu gosto da Made in Marte, mais os caras estão meio parados... ah curtir, curtir, sei lá, a Recato esta mostrando que esta trabalhando na qualidade de suas músicas, isso é muito bom, o que eu posso dizer + no momento... só isso mesmo, do que estou vendo por ai! O Fundo do Mundo: Valeu pelo seu tempo e paciência!!!


-Logo estaremos resnhando o Ep Pequeno Monstro aqui.
por Luiz Antonio