quinta-feira, 10 de julho de 2008

Último Post

Por alguns poucos motivos encerro as atividades desse blog, primeiro não é por falta de tempo, segundo, não é por má vontade também, terceiro nem sei descubra você que vai ler. Pra que tenho de me dar ao trabalho de explicar se eu talvez já saiba o por quê.
umas últimas dicas de leitura e GAME OVER. não apagarei o blog, ele vai continuar aqui, como uma pedra no meio do caminho que ninguém quiz tomar, mas ainda lá. Mesmo muitas filosofias digam que o que não é assistido por um humano não exista, essas poucas palavras continuarão aqui. Por Quê? Não sei também, mas na dúvida, acredite.

http://www.rizoma.net/interna.php?id=142&secao=esquizofonia

POLÍTICAS POP
Rebelião Punk, Pop-subversão, Tecno-dissidência e outras batalhas perdidasOliver Marchart (1)O presente artigo foi escrito como introdução a uma palestra por ocasiâo do festival musical e de cultura pop Sounds Fair, de 1996, em Viena. portanto, não é um texto que pretende fechar questões e sim lançá-las para depois serem discutidas. O autor polariza elementos importantes para as políticas pop (teoria e práxis, rebelião e subversão) e demonstra grande liberdade e coragem crítica ao colocar, senão em questão, ao menos na zona de tiro, autores consagrados pela cena pop. Em tempos de mistificação acrítica, são bastante oportunas as colocações aqui apresentadas. Redimensioná-las para a realidade brasileira é um exercício importante para aqueles que se pretendem atores do processo cultural em nosso país.Álvaro Filho para o festival Sounds-fair 1996 (Viena) A conferência tratará das chamadas práticas políticas subculturais – ou seja, a Política e respectiva teoria (“orgânica” e acadêmica) das culturas juvenis, as quais se definem principalmente pelo conceito de “pop”. Uma discussão teórica sobre subcultura e cultura popular, se não desejar tornar-se cega perante sua própria posição, deve, hoje, partir da crescente capacidade de transferência dos teóricos ao “pop” (os especialistas dos cultural studies são ligados em cultura juvenil) e do “pop” aos teóricos (o pessoal do Force Inc. (2) está grudado em Deleuze/Guattari). Por trás de toda prática de política pop está uma Teoria, tão “orgânica”, isto é, tão inconsciente ou possivelmente trivial ela possa parecer (desde os famosos livrinhos da MERVE [3] às entrevistas da “BRAVO” [4] ). Os “intelectuais orgânicos” das subculturas (Fanzineiros, donos de selos mucicais, proprietários de clubes e demais agitadores [sub]culturais) utilizam-se da Teoria em suas políticas (na intenção de provocar rebelião, subversão e dissidência) sabidamente não apenas como instrumento, mas, também como arma. O que importa aqui não é uma leitura “correta” da mesma, e, sim, prática. Este down-loading de certas visões equívocas da Teoria serve como assumida equipagem bélica e para a interpretação das próprias práticas subculturais. Por outro lado, os acadêmicos da cultura pop fazem up-load do ar fresco da subcultura em seus gabinetes empoeirados. O armamento com bases teóricas não deve ser subestimado, pois garante sobretudo a jovens da classe média o efeito de distinção perante a cena subinformada: o ambiente estudantil, p. ex., distancia-se através de intensa reflexão da atitude “porra-louca” de certos grupos, entre outros. Deve-se saber o que agrada a quem. A distinção (seja comercial, social ou política) está diretamente relacionada ao reconhecimento da credibilidade. A mesma credibilidade, uma vez perdida, poderá possivelmente ser reconquistada através de uma nova tomada de consciência (o último cd da banda “Die Fantastischen 4” [5] marcou uma grande tentativa de reinvestimento industrial em um pouco de credibilidade). Entretanto, ela poderá ser reconquistada não somente no meio musical, mas também numa repolitização da própria posição, através de um reinvestimento em ações na bolsa de valores da subversão, no radical chic, etc. Aqui acontece um movimento (do Rock ao Punk, do Pop ao Techno) que, partindo da simples rebelião, passa a usar processos argumentativos de fundamentação intelectual cada vez mais sofisticados. É mais fácil perceber que o conceito de mera rebelião não funciona do que enxergar tal problemática no conceito de subversão, já que este não considera uma lógica de funcionamento, da eclosão real de ações arriscadas. Por isso, o aparato de fundamentação teórica para práticas “subversivas” deve ser muito maior, pois a sua efetividade é constantemente contradita pelo desenrolar das relações sociais. Assim eram os anos 80 no que diz respeito à teoria pop. Entretanto, aquele mesmo pop indiferente ao gesto rebelde, era subversivo. O pop pós-político, como Steve Redhead o denominou, resguardaria os “elos perdidos entre a música popular e a dissidência.”, exatamente por não deixá-los explícitos. O Manchester Institute for Popular Culture (6), com Redhead, segue a tradição que vai de Bachtin a DeCerteau, de Hall a Fiske, os quais atribuem ao “popular” um secreto poder de subversão. A política pop-subversiva recorre constantemente a esta força. O mesmo suposto poder de subversão foi ocasionalmente levado ao histerismo: “Nós precisamos de mais estímulo, muito mais tempo de publicidade, carros, moda pop hedonista e mais uma vez pop” – como poetizou naquele tempo Rainald Goetz (7). Se acelerássemos bastante, chegaríamos no fim do pop com o grupo terrorista RAF (8). Esta estratégia de “sobre-afirmação” (e o conceito de dialética hegeliana a ela subjacente) foi exaurida em todas as variações durante os anos 80 com nomes como Jeff Koons ou o movimento da NSK (9) e a banda de extrema direita Laibach (10). Porém, enquanto os alegres ícones da pop-subversão dos 80 estão há muito sob proteção ambiental, foram encontrados argumentos novos e mais inteligentes para cozinhar a discussão sobre os soundtracks pós-estruturalistas (à la Mille Plateaux) de Deleuze/Guattari. Em tempos de techno-paradigma, o duo cômico do pós-estruturalismo não é mais convocado para o ajuste teórico das próprias micro-polícicas e políticas de minoria, reais ou imaginadas (como na década de 80, conhecidamente o tempo dos new social movements), mas para a evocação dos fluxos libidinosos liberados no sentido da esquizo-política psicodélica do tipo “retrô” anos 60 e 70. Desta feita, muitos textos teóricos afirmativos sobre techno, raves e Warehouse Parties – ao menos aqueles da fase heróica – referem-se a fenômenos de desterritorialização como a libertação das fronteiras do corpo, desindividualização dançante, deshierarquização da relação entre DJ e multidão, democratização dos meios de produção, etc. Por trás disso tudo está a esperança em relação a práticas de significação não-fixadoras com força anti-autoritária, da forma em que foram alimentadas por Deleuze e Guattari e que são hoje, segundo dizem, reencontradas nas “raves”. A intenção deste debate é, utilizando exemplos de textos, refletir sobre estes três tipos de política, a saber: a política punk, a pop e a techno – no sentido de uma apreciação crítica. Notas 1. Oliver Marchart nasceu em Viena (Áustria) em 6.4.1968. Intelectual extremamente ativo em Estudos da Cultura, participa do “Internationales Forschungszentrum Kulturwissenschaften” (Instituto Internacional de Estudos da Cultura) em Viena. Foi premiado com o “Sonderpreis zum Österreichischen Staatspreis für Literaturkritik” (premiação oferecida pelo estado austríaco por trabalhos na área de crítica literária). Desde 1998, é membro do editorial coletivo do 'Traces: A Multilingual Journal of Cultural Theory' . É autor, entre dezenas de outras obras, do livro “Neoismus. Avantgarde und Selbsthistorisierung” (Neoismo. Vanguarda e Autodeterminação Histórica, já nos meus fornos de tradução para o Português) editado em 1997 pela editora Edition Selene, 2. Site do Force Inc.: http://www.force-inc.net/fim/ 3. Editora alemã especializada em Michel Foucault, Deleuze, Baudrillard, Virilio, Lyotard, Pós-estruturalismo, Arte, Estética e Ética. Quem quiser ouvir o texto “Voici ce que je veux dire” de Foucault (RealAudio Player) é só visitar o site da editora: http://www.merve.de 4. A Bravo é uma revista alemã de cultura e música pop muito lida por adolescentes. O endereço: http://www.bravo.de/sid05-aaahFZVcSG2f12/bravo 5. “Die Fantastischen 4” (Os 4 Fantásticos) é uma banda alemã de bastante sucesso, entre o pop e o hip-hop. Como o texto aqui traduzido foi escrito em 1996, o autor refere-se ao cd duplo “live und direkt – die fantastischen 4” (columbia/sony music entertainment/ germany). O endereço da banda é: http://www.diefantastischenvier.de 6. O MIPC é um instituto ligado à “Manchester Metropolitan University” e propõe-se a ser uma unidade de pesquisa multi-disciplinar, concentrada em culturas urbanas contemporâneas. Visite o site: http://www.mmu.ac.uk/h-ss/mipc/ 7. O escritor Rainald Goetz nasceu no ano de 1954 em Munique (Alemanha) e vive atualmente em Berlim. Autor pop premiado e performático, escreveu peças teatrais (em destaque a estranha “Jeff Koons” [1993] e “Raves”, que saiu como livro de contos e peça teatral [1999/2000], entre outros); o diártio digital, depois editado em livro, “Abfall für alle” (Lixo para todos)[1999] e várias poesias. 8.A sigla RAF está para “Rote-Armee-Fraktion” (Facção Armada Vermelha) grupo terrorista de extrema esquerda que surgiu em fins dos anos 60 e se desfez oficialmente em abril de 1998. Uma parte de seus membros já morreu, outros estão presos e alguns ainda são procurados pela polícia com suas fotos em cartazes de “procura-se” afixados em estações de metrô e demais locais públicos. Um site que tem praticamente tudo sobre a RAF (em Alemão, mas parece ter uma versão em Inglês, ao menos de parte do conteúdo) é o que está sob o endereço: http://www.rafinfo.de/kapitel_00.shtml9. NSK é a sigla para “Neue Slowenische Kunst” (Nova Arte Eslovena) - movimento de arte política eslovena (extrema direita). 10. Laibach é uma banda de extrema direita fundada em 1980 em Trbovlje (Eslovénia) por dois ex-membros do exército iugoslavo (Tomaz Hostnik e Miran Mohar). O grupo foi o braço musical da NSK [9]. Traduzido do Alemão por Álvaro FilhoCríticas construtivas, sugestões, reflexões e, evidentemente, elogios (apenas quando merecidos) são bem-vindos:alvaroaraujo@hotmail.com Fonte: Página de Oliver Marchart (www.t0.or.at/~oliver/).


TESES SOBRE A REVOLUÇÃO CULTURAL Publicado no # 1 de Internacionale Situacioniste (1-VI-1958). Tradução para o espanhol por Luis Navarro. Traduzido do espanhol. 1 O objetivo tradicional da estética é fazer sentir, na privação e na ausência, alguns elementos passados da vida que escapariam da confusão das aparências através da arte, posto que é a aparência que sofre o reinado do tempo. O alcance do estético se mede pela beleza inseparável da duração e tende sempre a reclamar a eternidade. O ideal situacionista é a participação imediata em uma abundância apaixonante de vida mediante a mudança de momentos efêmeros conscientemente dispostos. O logro destes momentos só pode ser seu efeito passageiro. Os situacionistas consideram a realidade, desde o ponto de vista da totalidade, como um método de construção experimental da vida quotidiana, que pode desdobrar-se permanentemente com a extensão do ócio e com a desaparição da divisão do trabalho (começando pelo trabalho artístico). 2 A arte pode deixar de ser uma relação de sensações e ser uma organização direta de sensações mais elevadas: a questão é produzirmos a nós mesmos e não coisas que nos dominem. 3 Mascolo está certo ao dizer ("Le Communisme") que a redução da jornada de trabalho pela ditadura do proletariado é "a melhor prova que pode oferecer sobre sua autenticidade revolucionária". Com efeito, "se o homem é uma mercadoria, se é tratado como um objeto, se as relações gerais entre os homens estão coisificadas, é porque é possível comprar seu tempo". Todavia, Mascolo se apressa ao concluir "que o tempo de um homem livremente empregado" se emprega sempre bem e que "o comércio do tempo é o único mal". Não há liberdade no emprego do tempo sem a posse dos instrumentos modernos para construção da vida quotidiana. O uso de tais instrumentos marcará o salto de uma arte revolucionária utópica para uma arte revolucionária experimental. 4 Uma associação internacional de situacionistas pode tomar-se como uma união de trabalhadores em um setor avançado da cultura, ou mais precisamente como uma união de todos aqueles que reclamam o direito a um trabalho agora impedido pelas condições sociais. Portanto como um intento de organização de revolucionários profissionais da cultura. 5 Na prática, nos encontramos separados do controle real dos poderes materiais acumulados em nosso tempo. A revolução comunista não aconteceu e nos achamos ainda dentro da estrutura de decomposição das velhas superestruturas culturais. Henri Lefebvre entende corretamente que esta contradição está no coração de uma discordância especificamente moderna entre o indivíduo progressista e o mundo, e chama de romântico-revolucionária à tendência cultural baseada nesta discordância, O defeito na concepção de Lefebvre reside em fazer com que a simples expressão de desacordo seja um critério suficiente para uma ação revolucionária dentro da cultura. Lefebvre renuncia de antemão a qualquer experimento tendente a uma mudança cultural profunda e fica satisfeito com um conteúdo: a consciência do (ainda demasiado remoto) impossível-possível, que pode ser expresso sem importar que forma tome dentro da estrutura de decomposição. 6 Quem quer superar a ordem estabelecida em todos os seus aspectos não pode ligar-se a desordem presente, inclusive na esfera da cultura. Deve lutar e não esperar, também no campo cultural, para fazer com que a ordem móvel do futuro seja uma aparição concreta. Esta possibilidade sua, presente já entre nós, desacredita toda expressão dentro das formas culturais conhecidas. Devem ser levadas todas as formas de pseudocomunicação até sua completa destruição para chegar um dia à comunicação real e direta (em nossa hipótese de trabalho de uma cultura mais elevada significa: a situação construída). A vitória pertencerá a quem for capaz de criar a desordem sem amá-la. 7 No mundo da decomposição cultural podemos provar nossas forças, mas não empregá-las. A tarefa prática de superar nosso desacordo com o mundo, ou seja, de vencer a decomposição mediante construções mais elevadas, não é romântica. Seremos "revolucionários românticos", no sentido de Lefebvre, na medida precisa de nosso fracasso. Texto tirado da Biblioteca Virtual Revolucionária (www.geocities.com/autonomiabvr/)(Arquivo Rizoma)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Raio Q o Parta, a primeira de muitas grandes andanças. #20



Uma pequena conversa antes das reuniões.

Depois de uma longa noite revirando a cama em busca de um malfadado sono, acordo, ou melhor, me levanto às 07:30, quase de madrugada para meus neurônios, e passo a fazer a correria para conseguir a câmera e alguns créditos do meu "leva eu" para cair no mundo com meus companheiros Diogo Quirino e Marcos Fonseca. Tudo isso para estruturar o novo coletivo que estamos desenvolvendo. A primeira reunião que tínhamos marcada era na fundação Iaripuna com o vice-secretário municipal de cultura, mas "demos com os burros n'água", a fundação havia mudado de sede e lá foram eles, eu não havia chegado ainda, em direção ao novo local; alguns 4 quilometrosdepois achamos a nova sede, para quem quer saber é atrás do batalhão dos bombeiros da tenreiro aranha aqui em porto velho.


Vice-secretário Municipal de Cultura ouve a trupe do Raio que Uparta.


Logo que chegamos fomos recebidos pelo vice-Secretário que se mostrou aberto as propostas do coletivo. Primeiro por que diferentemente da prática que é exercida aqui por essas terras, não fomos apenas em busca de apoio ou financiamento, mas buscar contatos e trocar know-how a fim de estruturar um coletivo autossuficiente, ou quase, que não se paute exclusivamente no assistencialismo público. Segundo, a cultura e seu fomento tem sido umas das plataformas de trabalho dos poderes PETISTAS, demos sorte de nosso município estar entre esses, aliado a crescente estruturação dos coletivos (sindicatos, federações e ongs) com fito na cultura dentro do estado o ambiente tem gradativamente se tornado propício para um trabalho diferenciado. Depois de uma agradável conversa, pois logo a reunião deixou de ter ares formais, aliás todos se conheciam ali, acerca da cena musical regional, o "monopólio" das rádios e outros...

Marcos Felipe, Ruymar Pereira e Gregório da Silva discutem a produção local

Ainda no mesmo prédio fomos à sala do Diretor da Fundação Cultural, que também é o vice-presidente do SATED Porto Velho (Sindicato dos artistas em teatro e diretores) e presidente do CTB, Gregório da Silva onde nos reunimos com um representante do teatro independente da cidade Ruymar Pereira. Trocamos contatos e discutimos a atual produção local que se encontra em ascenção e no entanto é ainda esparsa e sem um foco, um ponto onde pode ocorrer o debate e a circulação entrea produção local. Temos grupos de balet, sonorizadores e iluminadores, músicos de diversos estilos, grupos teatrais e artistas plásticos, mas essa produção parece ainda não dialogar entre si, como se todos estivessem buscando apenas um espaço próprio, sectarizado e não abrangente.


Daí que nessa reunião mostramos a proposta do coletivo Raio Que Uparta que é justamente essa, integrar as diversas produções locais e proporcionar um espaço (físico) que não seja totalmente dependente dos poderes públicos e onde ocorra essa integração. Foi o que chamamos de Ponto de Cultura, ou mais precisamente um local disponível para exposições, apresentações diversas e que funcione como um centro onde o principal convidado seja o diálogo.


Depois das reuniões fizemos uma longa andança pelo centro da cidade em busca de um bom lugar onde se poderia fazer esse Centro Cultural, mas essa é uma longa história, de fome e bolsos vazios, de três caras sob um sol escaldante um longo dia que acabou com o sentimento de dever cumprido e de que estamos dando apenas o primeiro passo (de muitos).


luiz cochi



terça-feira, 27 de maio de 2008

Arte na parede #19


Encontrei um artista fudidasso, e só pra divulgar mais , é o BLU, da alemanha ,artista "de rua" http://www.blublu.org/sito/drawings/01/01.htm. Suas anoimações são realizadas em stop motion utilizando muros e outros como "papel", vale a pena conferir, aliás, o cara teve um trabalho do cão pra fazer os vídeos.
Eu o encontrei no blog http://lalai.net/, que assim como esse blog trata de musica e coisas em "geral", muito massa também.

E por falar em arte, esta semana teve uma reunião do novo coletivo "Raio Que o Parta" que vai começar suas atividades no mês que vem. Foram distribuídas as diretorias e postas as propostas de funcionamento e a idéia da sede que engloba um ponto cultural.

Luiz Cochi

terça-feira, 20 de maio de 2008

Economia e Bandas Independentes #18

Não vou analisar a viabilidade econômica e desenvolvimento das bases econômicas para a existência de um mercado "independente", mostrarei dois pontos de vista, um regional, mais especificamente sobre a cidade de Porto Velho, e um artigo sobre como funcionam as turnês de bandas na Gringa. Agora alquem pode dizer,"fodam-se Yankees Capitalistas!", mas lá existe um sistema em que todos saem beneficiados, os donos das casas e as bandas, o que parece ser bem estranho a realidade brasileira onde todos querem bandas de graça e lucros exorbitantes.

http://www.sergioramos.com.br/materias/artigo_sergio_ramos.pdf

http://discodeouro.wordpress.com/2007/06/16/ensaio-o-modelo-economico-das-turnes/

leiam, pensem e aproveitem

Luiz Cochi

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Casarão e Beradeiros, estruturação da "comunicação" # 17

Estou devendo algo sobre o casarão, mas por dois motivos de força maior não escrevi antes, primeiro uma tendinite que me impedia de escrever e segundo uns exames que tenho de fazer para um trampo ai, mas isso é problema meu.



O festival Casarão proporcionou uma rarra oportunidade fazendo com que produtores e agentes da mídia independente, leia-se circuito fora do eixo, estivessem presentes contribuindo com seminários, palestras e workshops. O que de fato faltava para um maior amadurecimento da cena local, a aquisição e a responsabilidade de um trabalho em grupo, mesmo com alguns poucos que se omitiram ou que eram simplesmente contra sem qualquer argumento. É claro que nenhum movimento é perfeito e como o Pablo kossa disse numa das mesas, em um processo de mudança nunca saberemos onde vai dar, nem quem é que efetivamente vai se beneficiar com toda a movimentação. Mas se ficarmos parados nada vai acontecer, também não podemos sobrevalorizar a tal da "comunicação" que é sim essencial, mas só quando temos o que comunicar, no caso seriam bandas e artistas.






Além de poder participar das reuniões em que parametros foram trocados para a execução do projeto beradeiros, tive a oportunidade de conhecer pessoas (e não apenas contatos) que tinham muito apreço pela cultura urbana underground. um desses caras é o Pedro de Luna, simpatississimo e um dos caras mais conscientes sobre a nova forma do mercado cultural que esta se estabelecendo. Segue aqui a pequena entrevista que fiz com ele:






Entrevista Pedro de Luna, 33 anos

Atuação: cidade de Niterói , uma das fora do eixo no estado do rio. Começou aos 18 anos como jornalista com um fan zine, depois promotor de eventos e cartunista, hoje faz um programa de rádio, colabora com vários jornais e o principal é que ele é coordenador do araribóia Rock. Coletivo que reúne as cidades “do outro lado” da baía de guanabara, iniciado originalmente em niterói, agora abrange outras cidades da região, congrega mais de 200 bandas e tem como fito conseguir mais espaço e apoio do poder público e da iniciativa privada. Que foi uma das principais discussões da mesa a luta contra a exclusividade dos investimentos das empresas nas capitais. Conseguindo várias conquistas, além de um festival, realização de eventos quase todas as semanas, uma coletânea que sairá por um selo da prefeitura de niterói e também um dia municipal do rock realizado na data de fundação do araribóia, coisa que poucas cidades têm no Brasil. Também Pedro está acabando de escrever um livro que será publicado também pela prefeitura.

Luiz Cochi: qual você acha que é a importância, o papel das casas de eventos para as cenas locais? Vocês do arariboia tem uma sede?
De Luna: nosso maior sonho , hoje, é ter essa sede, que não seria apenas uma casa de shows, mas um escritório, um centro de convivência, com biblioteca, “cdteca’. As pessoas conversando tudo cresceria. Mas já que não conseguimos ter uma sede própria estamos ocupando espaços públicos principalmente por que as casas voltadas para músicas não duram muito ou mudam de estética. Nossa linha de atuação é essa, nossa forma de protestar é ocupar praças, uma praça em especial a Getúlio Vargas que tem um cinema e que querem construir um prédio no local e nós queremos tombar o imóvel. Então toda ultima sexta feira do mês nós realizamos eventos abertos com intervenção de vários artistas. Esse tipo de espaço trás algumas facilidades como censura livre, e gratuidade, mas quem financiaria isso seria o poder publico. Hoje é essa a nossa luta.
As artes devem também ser integradas, sempre sugiro que se coloquem outras artes nos eventos. Vai sair uma tirinha do meu personagem em que ele está assistindo um show da coveiros em Rondônia, coveiros é um nome legal, não ouvi ainda mas acho que vai ser legal. Veja que outras mídias podem se alternar. Imagine uma exposição em que um artista plástico sonorize seu ambiente com as musicas de uma banda independente ou então nos intervalos de um festival serem apresentadas peças de teatro. Ou mesmo outras como poesia.
Tem um movimento lá no Rio de Janeiro chamado Arte Jovem Brasileira que consegue bem mais fácil essa integração. Justamente por não ter essa delimitação de movimento rock.

De luna e a exposição do Bzão, personagem que vive uma vida "alternativa"




Luiz Cochi: você acha que a cena musical independente vai ser absorvida pelas grandes empresas?
De Luna: é uma coisa que divide muitas opiniões. Veja, por mais que você seja idealista, romântico tudo isso, chega hora que você não é mais um garoto, que você tem contas pra pagar. É fácil quando sua família tem uma boa condição ou você tem um puta emprego. Mas acho que você pode ser independente e ser economicamente “dependente”. Isso é até necessário. Mas o importante é ser esteticamente livre, você não vai colocar a banda do filho do cara que financia. Eu me dedicava a um jornal, vendido em banca, Jornal do Rock, por dois anos e que eu amava de paixão, um jornal bom e super-conhecido. Mas não dava retorno, eu pagava minhas contas com outro emprego. O financiamento é essencial e outras alternativas.

Luiz Cochi: Sei que você é um adepto das mídias analógicas em contrapontro a digital, você acha que elas podem coexistir?
De Luna: Elas devem coexistir, existem algumas facilidades, mas eu não abro mão de uma revista ou de um cd. Realmente um I-pod é muito mais confortável que um discman, mas existe todo aquele ritual de se ouvir um cd, a capa, o encarte tal. Existem facilidades mas ambas devem existir, sou a favor de existir tudo.

Sites recomendados por pedro de luna:





arariboiarock.com.br (site do movimento arariboia)
venenosafm.com.br (radio em que atua ao lado do rodrigo Lariu
punknet.com.br (onde ele tem uma coluna)
sk8.com.br (site de skate totalmente independente)





Contando com a presença de representantes de vários coletivos como o Catraia (AC), Espaço Cubo (MT), Vilhen Rock(RO) e do Beradeiros (RO) foram realizadas reuniões e debates onde foi propagada e disseminada a tecnologia e o modus operandi para a realização de atividades voltadas para o fortalecimento das atividades do movimento Beradeiros. Na primeira oficina, realizada na quinta pela manhã, tendo o Ney Hugo do espaço cubo como orientador, tivemos um apanhado geral das midias e formas de trabalho dentro da mídia independente.

Foi bom também o ambientye de discussão, não bate boca ou barraco como acontece por aqui, mas de troca de idéias, visões e experiencias. A equipe do beradeiros trabalhou na comunicação elaborando textos para o portal fora do eixo http://www.foradoeixo.org.br/ destes alguns são meus, contando ainda com a colaboração da Rebeca Barca, Nettu Regert e parceiros do C. A. de história da UNIR. Seguem as coberturas dos dias do festival:


http://www.foradoeixo.org.br/ver.php?noticia&id=147


http://www.foradoeixo.org.br/ver.php?noticia&id=148


http://www.foradoeixo.org.br /ver.php?noticia&id=149



Nettu Regert, de Vilhena, entrevista a Sucodinois, de Porto Velho


Há também analises mais profundas, feitas pelo Urbanaque, dirigido pelos irmãos Dias, http://www.urbanaque.com.br/conteudo_musica121.asp. A presença do pessoal da Escarnio e Osso, que homenagearam a ciadade com música homonima, http://www.escarnio.com.br/.


Os elogios de Pablo Capilé para a HEY HEY HEY! http://www.foradoeixo.org.br/pablocapile/.


E as opniões oportunas de Vinicius Lemos, idealizador atual mago da cena em PVH, http://www.foradoeixo.org.br/viniciuslemos/.



one weak, 4 anos e público cativo na capital



Foi com imenso prazer que fiz os trampos e que pretendo continuar a fazer se no beradeiros deixar de existir toda aquela centralização de informações e falhas de comunicação. Perdi a apresentação de boa parte das bandas, por exemplo, to achando que não teve Mrs. Jungle, e teve sim, mas o pessoal aqui gosta de me fazer de louco. rsrs.


No balanço geral, fica a experiência, os amigos e os poucos shows que consegui assistir.




por Luiz Cochi

sábado, 26 de abril de 2008

Ultimato e Bardocebar: Rock e Poesia na Mostra Sesc de música #16




A banda Ultimato e o artista Bruno Rocha & Bardocebar impressionaram o público que aplaudiu de pé o melhor do seu som na V Mostra de Música do Sesc.

Na noite da quinta-feira (24/04), quem prestigiou a V Mostra SESC de música se deparou com “uma pedra no meio do caminho”, isso mesmo, em meio a Grupos de MPB, escolas de música clássica e cantores muito conhecidos em Rondônia, os Beradeiros da Ultimato com uma forte presença de palco e suas musicas de protestos ambientais e governamentais entre elas a premiada “Cidade Sol”, uma reflexão sobre a violência e a corrupção e “Em cima da pedra”, contra a instalação das usinas hidrelétricas no Rio Madeira, impactaram o público e mostraram o melhor do ROCK.

Logo em seguida os carismáticos Bruno Rocha & Bardocebar do coletivo Beradeiros, com um estilo muito próprio, poético e novo de fazer MPB tocaram e cantaram “A Janis Joplin de São Tomé”, em um clima muito descontraído.

Bruno Rocha é o primeiro artista que esta tendo suas músicas produzidas pelo projeto e banda Bardocebar, e é muito conhecido no meio universitário e em bares alternativos, uma mostra disso foi a platéia ter cantado junto, a famosa composição..

PARTITURAS VOANDO

Em meio a toda energia, pulos, solos e um esbarrão do vocalista da Ultimato, Diego Bentes, foi a vez da partituras que faziam parte da estética do palco do voarem junto com a estante que as seguravam.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Prévia do Casarão #15

(divulgação)
No sábado aconteceu a prévia do Festival Casarão achei o evento bem democrático, um local bacana com dois ambientes um com Dj e outro com bandas.

A manauense Tetris abriu a noite, e tocaram muito, eles que antes eram um quarteto, agora estão em três ou como eles mesmo falam "power trio" fiquei sabendo que na verdade os cara iam fechar a noite.. mas que tiveram que viajar ainda na madrugada do sábado para o domingo (20/04).

Foi a primeira vez que vi a Banda de metal cristã Sanctify tocar, achei os caras bons, longe de mim querer avaliar alguém aqui, não sou uma crítica de rock nem tenho pretenção de ser. Você pode ficar sabendo mais sobre a banda no site http://www.sanctify.com.br/. Não "pude" conferir a Celula'tiva....é uma pena que nem todos os que tenham votado na banda para tocar no sábado tenham ido conferir..

A Banda Hey Hey Hey me impressiona a cada apresentação.. já havia comentado antes, que durante a apresentação deles na festa a fantasia organizada pelo CA de História da unir, eles haviam se superado.. mas acho que me enganei, os caras me surpreenderam novamente.. ouça o som da banda aqui http://www.myspace.com/bandaheyheyhey.

Fechando a noite tivemos uma inesperada apresentação de Hélio, Giovanni e Del, não digo coveiros porque o Iuri não estava, e digo inesperada porque não estava programado para eles tocarem na prévia, uma vez que o Hélio só chegaria em PVH de madrugada.. Pois o cara saiu direto do aeroporto para tocar na prévia! Isso é que é gostar de ROCK!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A década da educação #14

Em 2008 é fechado o ciclo da "década da educação" proposta colocada pela Lei de Diretrizes e Bases LDB que em 98 criou novos parâmetros para a educação, nos três níveis, para o Brasil. Segundo o que foi proposto nesse ano estaríamos em uma outra era da educação, ou pleo menos, entrando nela. Uma nova era onde o aluno sairia da condição de simples "acidente" e o professor deixaria de ser apenas um "funcionário" para ser um mentor, um exemplo (de cidadania e moral) enfim, uma nova peça dentro da nova forma de se fazer a educação (e não apenas ensino).
Isso aconteceu?
Acho que não preciso responder. Os meus agradecimentos vão para um congresso que não demora e não hesita em voltar seus esforços na elaboração e aprovação de Leis, que tem um enorme conhecimento do seu país em termos sociais e econômicos e que sabem como ninguém usar uma impecável lábia para conquista de seus objetivos (vide cassol pai defendendo cassol filho). Esse mesmo congresso que sabe usar de todos esses artifícios para defender apenas seus interesses e convencer muitos de que realmente estão fazendo algo (pelo que alías são muito bem pagos). Salvo algumas raras exceções...
É certo que a LDB trás alguns avanços, mas infelizmente eles são facilmente contornados, seja pela burocracia, seja pela má vontade política ou mesmo por aquela velha maneira de fazer as coisas, pelo caminho velho e mais fácil. Onde a Lei avança é deixado para os aplicadores o fazerem e para mesmo a sociedade cobrar, mas tropeça na inmovibilidade do funcionalismo público e na prática e na desvalorização dos professores. Quando fala em economia, salários, remuneração e cargas horárias a Lei é vaga, deixando a aplicação aberta a possibilidades que facilmente fogem do ponto principal, A EDUCAÇÃO. Propostas de novos modelos de formação passam pela dificuldade da consideração de uma nova avaliação, em que os próprios professores seriam avaliados.
Há também a quase inexistência de assunto voltado para a tecnologia moderna (informática) e a vaga expressão que substitui o professor formado por um com "aprendizado técnico prático na área".
Estamos atrasados não pela falta de ensino, mas sim por uma educação irreponsável e torta. É inconcebível para uma nação querer que seus alunos adquiram cidadania sem que seus mentores gozem dela vivendo com salários que beiram a piada e absorvendo o descaso que permeia as rachaduras nas paredes dos colégios.
por luiz antonio

domingo, 6 de abril de 2008

Piratas pesados e o circo encantado do pequeno monstro #13

Kórum, a pesada pirataria.
Não vou fazer aqui uma análise da festa Fantasiando a História II, promovida pelo Ca de história da UNIR. Quero apenas apresentar minha opnião sobre a apresentação de duas bandas; a Kórum e a HEY HEY HEY.


A kórum, que não sei quem são os integrantes todos, tem uma longa e tortuosa história. Com alguns anos de existem tem se apresentado pouco, mas sempre mostrando faces diferentes de seu som. Acho que a primeira vez que os assisti foi em 2006 no Mini festival Beradeiros, evento que foi como um concurso pelo qual se selecionaram bandas para o festival daquele ano. Ainda eram um power trio e o som que tocaram na ocasião era uma mistura de legião, nirvana e pearl jam, com vocais fortes e guitarras simples. Não se classificaram, talvez pelo preconceito do público para com a musicalidade leve e pop. Agora, alguns anos depois eles colocaram mais uma guitarra, essa muito mais pesada e suja, e incrementaram o instrumental com uma verve setentista. Justo por isso, como o novo e bem colocado guitarrista, a banda caiu (dentro) na minha preferência.

Mas isso não quer dizer que o caminho esteja terminado, na festa ocorrida ontem assisti pelo primeira vez a Kórum com a nova cara. Ainda parecem novos no palco, com um tom jovem e a sonoridade mais agressiva fizeram releituras das musicas próprias antigas, tornando-as mais "rock'n'roll" encaixaram covers dos 70's e brasileiros. Uma falta deles foi saber conduzir e encaixar as músicas numa seguência, em certos momentos ficou meio vago e monótono, mas isso só mostra que eles tem potencial, pois logo vinha uma porrada. Os piratas tocaram num bom momento da festa, conseguiram levar o público e mostrar sua mensagem. "somos todos" respondeu o vocalista Nildo quando alquém na platéia soltou: "Seus piratas malditos!!". Agora é só embarcar e saquear ouvidos por aí.

Hey Hey Hey, apelo infantil.

Logo em seguida Surgiram os "palhaços" da HEY HEY HEY, muito bem ensaiados e apresentando músicas novas logo no começo da apresentçaõ. Em "O expresso" a banda regride um pouco na sonoridade, revisitando os tempos da FABRICA, mas sem deixar de lado o requinte que progressivamente eles veem conquistando. Seguem com a "Nem tudo que vem de você é barulho" que, na minha opinião, é como uma despedida do som antigo que eles faziam unida a um amalgama das soniridades de diversas músicas do tempo "fabricado".

Estou me tornando um profissional em assistir shows da hey hey hey, mas a piadinha do troca-troca foi infame. Sempre há a troca de instrumentos, Neila passa do baixo pro teclado e Fiorelo deixa a guitarra e vai pro baixo, então é hora de ouvir aqueles "sonszinhos" de brinquedo esquisitoe e as com apelo mais eletrônico. Embora o som do local não colaborasse muito a apresentação correu bem e ainda teve um bônus com um inesperado cover de "I'm only sleeping" dos Beatles, tocada assim só guitarra e bateria com um baixo lá atrás bem baixinho. Aproveitando o evento foram vendidos Cd's do Ep (ou single, ou compacto...) Pequeno Monstro por apenas um real, fato que irá se repetir no Festival Casarão.

HEY Hey hey, coloridos com apelo eletrônico



por luiz antonio

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Sangrar junto, e agora. #12


Nas diversas participações que tive em movimentos culturais algumas coisas me deixaram com dúvidas ou com uma pulga do tamanho de uma vaca atrás da orelha. Qual o verdadeiro interesse por de trás dessas organizações? o que leva jovens a se unirem e porpagar sua produção e também a usar outras causas como um requinte de seu engajamento?


Muitas vezes a coesão do grupo e das suas propostas pode fazer mais do que projetos megalomaníacos ou verbas infinitas. Exemplo disso é a movimentação acontecida aqui, as bandas e tudo mais. Mas sempre, sempre há quem quer a glória pela glória, o estatus fácil e um tanto superficial. Mais do que nunca tem-se percebido que os acontecimentos, as conquistas, são feitos pela união e pela intrincada rede de trabalho dos grupos, mas ainda há que m quer de todo modo parecer um salvador, um messias.


Sangrar junto, e agora. o grupo só funcionará quando todos sangrarem juntos, em sentido figurado, lógico. Enquanto um achar que sua banda é melhor, que suas idéias forem melhores ou que o estilo visual que se atacha é o mais moderno. Se não sangrarmos juntos...


A construção e a evolução de um "pedaço" cultural só pode se dar em um hambiente de diálogo, seja ele conflituoso ou harmonioso. Estamos em uma cidade cheia de deuses e intocáveis artistas vanguardistas. Pode parecer psicologia barata, mas desçam de seus pedestais e venham sangrar, ou então se iludam na sua magnífica imobilidade. Por enquanto não perca sua oportunidade...
Não se quebram mais os paradigmas e as metodologias, se não sangrarmos juntos o que será?
por luiz antonio

terça-feira, 1 de abril de 2008

Viva o CD, viva! #11



Mais uma falta da cena de PHV: Os cds gente, os cds! Onde estão? É certo que existem ótimas bandas e músicas, e músicos, bons, mas só tocar 'ao vivo' não basta. Me lembro da sensação que tive em 2006, quando fiz parte do projeto Boca de Lobo, cheguei em uma festa e então uma banda começou a tocar uma música que eu conhecia da coletânea que fizemos. Foi uma das melhores coisas dentro de poucos prazeres musicas. Coloco à parte a analise de qualidade musical ou criatividade, isso é um outro assunto. Foi um momento único, eu conheci e reconheci a música o que me deu uma outra possibilidade para a noite.


Primeiro porque eu não precisaria me concentrar em estar recebendo informação nova, eu já conhecia aquelas músicas e tinha (mais ou menos) uma opinião sobre elas. Já não perderia o calor da festa, da presença de muitos amigos e da agitação desse meio tentando digerir e compreender algo novo. Pois que foi assim que passei muitas vezes ao conhecer pela primeira vez muitas e muitas bandas daqui, que deixam para mostrar sua criação apenas ao vivo. Não é difícil perceber que muito dessa galera acha, ou se ilude, ainda com a velha história disseminada pelas lendas do roque; aquela que diz “ó, estávamos tocando, assim sem compromisso, e um grande empresário gostou da gente. Nos gravou, produziu e agora estamos aqui ...”. talvez não tenham percebido que estamos mudando para uma nova ordem das coisas, da arte até das instituições mais básicas, ou seja: NINGUEM MAIS VAI SER DESCOBERTO.


Segundo, não vemos mais cd’s, não compramos mais cd’s, mas eles a existem e no meio de um tempo em que tudo passou a ser virtual e disseminado em massa passam a ter uma importância cada vez maior, embora em uma menor “escala”. Com esse pequeno disco de plástico você dá existência e um carisma, mínimo que seja, para sua banda. Cativando a um público, ainda que restrito, confere-se uma certa substancialidade que vai além da divulgação da internet. Se a intenção dos músicos é se tornar produto junto com sua música, nada mais óbvio e necessário que a criação desse primeiro produto, dessa pequena objetificação da criação. É certo que encontramos mil e três dificuldades, desde a gravação até a distribuição. Mas isso não é motivo para desistência.


Então, pegue um pc qualquer, junte uns equipamentos e comece a gravar queridinho, ou então espere o dono da EMI...
Por LUIZ ANTONIO

quinta-feira, 27 de março de 2008

Quem não gosta de teatro? #10



Hoje se comemora o Dia do Teatro, uma arte muito antiga, que nasceu da necessidade de comunicação entre os homens, porque, desde o tempo das cavernas, os homens imitavam os animais para contar sobre suas caçadas.

Mais tarde, as encenações foram usadas para louvar os deuses. E foram os gregos que inventaram o teatro como o conhecemos, com atores e espaços especiais para as peças serem encenadas. Os atores gregos usavam máscaras para representar os papéis femininos, porque, antigamente, as mulheres não podiam atuar.

Hoje em dia, temos muitas formas de fazer teatro - como o teatro de bonecos, de sombras, as óperas, o teatro de rua, musicais e teatros em espaços alternativos. O importante é entrar no clima e contar a história com toda a emoção e a empolgação que uma peça merece.

O último espetáculo que vi ( e isto já faz um tempo) foi “O Mistério no Fundo do Pote - Ou como surgiu a fome”, de Ilo Krugli, interpretado por atores do grupo “O Imaginário, que foi apresentado na praça das Caixas D´Água. Engraçado pensar que o teatro que é tão pouco difundido e visto em Porto velho tomou conta das praça, quando é que se imaginaria que o teatro de rua ganharia tanta força em Porto Velho?

Pessoas sentadas em círculos, sentem-se parte do espetáculo e são atraídas pela antiga novidade de ver atores se apresentarem (GRATUITAMENTE) em praças de bairros em toda a capital. E assim acredito que inaugurou-se mais um capítulo do teatro rondoniense que teve seu início em 1978 com algumas peças, no antigo clube internacional, hoje Ferroviário.

quarta-feira, 26 de março de 2008

só brio #9

um difícil que era fácil

odeio os poetas amados
fáceis e
bem despenteados
daqueles que deixam claro
o óbvio

e óbvio
exatamente o que não é pra ser lembrado.

batatas-fritas e quéti-xúpe
foi no teu cabelo


que eu achei a doença



na minha vermelha cura








http://www.rizoma.net/interna.php?id=35&secao=hierografia

terça-feira, 25 de março de 2008

desconcreto #8

ainda que seja dia
tranque as portas
para o sol

o horror, meu amigo
sua entrada,
seu abraço triunfal

são só as horas...
inadivertidamente no teu colo
uma veia

em teu final.



http://www.fotolog.com/hein_cafe
http://www.fotolog.com/rahbiskos/
http://www.fotolog.com/artjunk

segunda-feira, 24 de março de 2008

Inexistência #7

calou-se por fora
fez um alvoroço por dentro
não tinha onde se esconder

o silêncio acupou a sala
ela era um vaqueiro
ele um alvorecer de aspirinas

por fora falaram
por fora viverem
foi dentro que se esconderam

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Toquemos cover, por favor #6

Na cena de PVH é comum ver bandas novas em folha tentando enfiar goela abaixo sua música, na maioria doss casos ruim, goela a baixo do público. Dois únicos motivos para essa tática funcionar. Primeiro, nos vencem pelo cansaço mostrando de novo e de novo um repertório fraco, assim como vi acontecer com algumas bandas daqui. Segundo, dentro da atual e alardeada ideologia da música autoral disseminada dentro do meio "independente" tocar cover é uma coisa feia (como também já vi acontecer com uma banda que agora pouco se apresenta) uma mostra de falta de criatividade. O que é uma tremenda besteira e não vou mostrar nenhum motivo para isso, se contorça na sua cadeirinha adivinhando...
Aí, alquém me pergunta: "Sim, mas temos ótimas bandas, muitas coisas novas surgindo e a coisa toda está crescendo. Qual é o problema?" Uma vez me disseram que se o homem morasse no fundo do mar a última coisa que ele descobriria seria a água. Bem, é visivel, ou quase, sei lá a ressequidão da nossa atual "elite" artística musical "independente. Me explico, na época dos covers, e ainda hoje com bandas que o fazem, o público era muito maior, mais empolgado e mais cativo com as bandas. Alquém diria que é por causa da música que se RE-produzia, mas não. As pessoas iam em busca do espetáculo, mesmo que pequeno, de tal ou tal banda. Não cansei de ouvir dizerem "cara, essa banda é do caralho", e lá estava o novo convertido para ouvir o cover tocado por AQUELA banda. Muitas vezes os covers eram os mesmos tocados por outras bandas, mas muito mais que ir ver cópias de bandas "mainstream" os garotos iam para os eventos ver essas mesmas bandas, pelo carisma, pela tragicomédia, pelo sangue. E muito diferente do que acontece hoje era da banda cover que eles gostavam, era ela que eles iam assistir. Eu vi isso, eu acompanhei, eu assisti e pulei, e dancei..
Onde quero chegar? hum..., Não sou contra isso de tocar música própria não. Mas é que o cover bem tocado é capaz de trazer uma energia próxima da que se quer PRODUZIR, o que não caracteriza cópia. Exemplo: A mais consagrada banda do norte tocava covers sim e muitos, até Come Together dos Beatles. Deu no que deu: banda bem ensaiada, com sonoridade bem definida e "indefinida", carisma e, o principal, contato com o público. É 80 % do que falta por essas bandas, com algumas ressalvas, o contato com o público, olhar na cara do cabeludo com a guitarra e ver que ele tá gostando daquilo, sentir o que os caras em cima do palco sentem como uma simbiose. Concluindo toda essa apatia não passa de um problema gerado pelo cânone do "não toque cover" afastando, e não eximindo, as bandas de um dos pontos-chave do espetáculo.
Nos pequenos detalhes que faltam para que existam grandes bandas em PVH basta uma critica bem estruturada e capaz de apontar os defeitos (sim, aqueles que falamos escondidos por que o cara da banda é seu amigo ou te deve um favor) e um ainda mais crucial e que está minando tudo, sairmos da onda de festivais. Sim eles são ótimos, diria até maravilhosos, mas não são tudo no mundo da música. Mas sobre covers era só isso mesmo.
por Luiz Antonio

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Olhar #5

Ainda ontem estava sentado no fundo de um ônibus, pensando um monte de abobrinhas, quando vi um gavião em plena cidade. Ali, no trevo em que todo mundo que vai pra UNIR quer chamar de "bola". Enquanto eu passava pelo círculo o pássaro vôou baixo, quase por entre os carros, planou leve atravessando a movimentada rodovia. Ninguém o percebeu, nem se quer o viu, acho que foi só eu mesmo. Talvez eu o tenha imaginado, uma vez dissram que eu tinha mania de gaviôes.
Atravessou a rua, planou por sobre um monte de lixo, bateu asas até o topo de um outdoor daqueles bem coloridos. Ficou lá com seu ar imponente e sério, acima da imagem de uma mulher qualquer de um programa qualquer de TV. Olhei em volta dentro do ônibus, ninguém dividia comigo aquele pequeno espetáculo.
É preciso de olhos para ver as coisas e algo mais para presencia-las.

por LUIZ ANTonio

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Grito do Rock RO #4



Foi descer do ônibus direto do Acre e ir para a "casa de Shows", já meio recuperado do meu estômago pude chagar a tempo (pelo menos uma vez na vida) para ver a primeira banda. Bem, a estrutura do lugar era ìnfima mas o evento foi de uma energia e qualidade pouco vista na cena roqueira da cidade.
A primeira banda, Kilowatts, fez uma apresentação ótima no que parecia uma de suas primeiras apresentações. Som bem ensaiado e dentro da afinação sem deixar nada a desejar. Minha única crítica é que eles poderiam ter tocado covers, para quebrar o gelo, não acho muito legal uma banda iniciante tocar só músicas próprias. Para quem conhece Engenheiros do Hawai e essa trupe dos 80's eles são uma boa pedida.
Depois veio a poetagem do pessoal da Odisséia com a clássica mistura de MPB e poesia. Uma demonstração cult de garotos que fazem um som limpo voltado para um p´´ublico mais "inteligente" entremeado pela recitação do Front Man. Uma apresentação limpa, clara e decente bem distante da minha idéias de poesia ou seja lá o que for.
Neofytos de Jipa destruiu tudo, com postura de palco, qualidade no som e todos aqueles pequenos detalhes que fazem uma grande banda. A dupla das cordas era um espetáculo à parte com suas longas cabeleiras "Metal" e seus coturnos. Mostraram que para se fazer Roque decente e palatável não é necessário apenas pose e cara de super star, me cativaram, logo eu que não curto Sepultura e sons pesadões.
A radio ao vivo deixou uma má impressão para mim, a noite podia ter ficado sem eles. Vocais desatentos, músicas mal trabalhadas e enjoativas. Tá certo que o som da guitarra deles melhorou muito nesses 5 anos de estrada, mas nada de muito surpreendente. De fato o público que chegou a atingir umas 100 pessoas antes deles caiu muito quando começaram a tocar, diz uma lenda que até os vizinhos ameaçaram chamar a polícia. Conheço os caras de longa data e não posso evitar de reconhecer que outra banda poderia ter tocad no lugar deles.

Veio a Miss Jane e deu um banho de técnica e criatividade sendo um dos pontos altos da noite com uma longa e deliciosa improvisação ao fim do show. Estou esperando por um lançamento deles, quero ouvir as músicas e ter o cd.

A Somos fechou a noite bem rapidin antes que imprevistos acabassem com tudo, infelizmente não fizeram o tão esperado final que fazem. Com o fim inesperado do festival algumas bandas não se apresentaram. Mais um vez faltou um pouco de planejamento e visão. Mesmo assim espero pelo próximo com boas e mais bandas no ano que vem.


Grito do Rock "Acre" #3




Rio Branco AC


O Acre tem se mostrado como uma grande casa de novas bandas, muitas delas boas, mas mesmo assim continuo achando que o público ainda é menor que o de Porto Velho. Consideremos que Rio Branco é bem menor que a capital de Rondônia. Ainda que empolgado com as apresentações da quinta-feira, primeiro dia do Grito, consegui me atrasar para a sexta, tanto que só assisti a SOMOS, que já conhecia do Festival Beradeiros 2007. Mas um ponto me alegrou nessa parte, segundo comentários que ouvi a maior parte das apresentações desse dia foram de bandas de Metal, então, como pouco ou nada entendo desse estilo não tenho o que lamentar. Além do mais, bandas de metal me parecem todas iguais, perdoem minha ignorância.

Logo no primeiro dia perdi a primeira banda (Parafal) devido a minha total ignorância quanto ao fuso-horário, tanmbém chegeui ao final da última música da banda subseguente, por isso não vou escrever sobre estas para não ser falso.

A, minha, primeira banda da primeira noite foi a Dona Chica apresentando um reggae com influências de bandas já consagradas no brasil nesse estilo. É inevitável compará-los com nomes como Rappa ou Natiruts, e lógico, a enorme estampa de uma imagem do Bob Marley na camisa do vocalista deixa tudo às claras. Como muitas das bandas do Acre havia uma garota no grupo, a melhor baixista que já vi tocar, entusiasmada, concentrada além de bonita e e possuidora de uma ótima presença de palco. Tanta admiração por ela me rendeu uma briga com minha namorada.

Depois veio a Capuccino Jack, que eu Adorei. Simples e hamoniosa, mostrando que sentimentalismo não precisa ser piegas. A apresentação deixou a todos satisfeitos pois a banda tem postura de palco e canções fortes, dentro do estilo deles, para comandar uma ótima apresentação. São vários pequenos detalhes que me cativaram, do baixista descontraído ao visual e expressão do front man que muito me lembravam Ian Curtis e Renatos Russo, os garotos são bons. http://coletivocatraia.blogspot.com/2007/12/capuccino-jack.html
Então foi a vez da Calango Smith apresentou um rock bem convencional com as velhas misturas que tanto conhecemos, não os assisti da frente do palco mas de onde eu estava podia ouvir nitidamente o som. Enquanto se preparavem vi que tinham um visial bem diferente e uma menina entre seus integrantes também. Som dentro dos comformes e bem esnasiados, se eu não estivesse muito ocupado eu os teria assistido de perto.

A MARLTON realmente me deixou um tanto encabulado, de onde eu estava não os pude ver entrar no palco, mas pelas duas primeiras músicas pude jurar que eram metaleiros convencionais, mesmo, sem preconceito, eu ouvi o velho e "bom" metal. Mas a terceira música era meio que hardcore puxudo prum charlie brown jr, depois, quando eu estava no meio da platéia eles metem um super inusitado cover do Foo Fighters, the best of you, certinha, sem erros fantástica. depois fizeram uma saidera com uma outra de suas músicas que voltava ao início. De fato me deixaram sem ter o que dizer, nem o que pensar, SIM!, eles são bons, mas me senti meio que perdido no meio daquilo.

A Blush Azul quase afundou o flutuante, com um público já consolidado na cidade eles (ou elas) juntaram o maior público da noite. Seja pelo baixo firme com sua sorridente dona ou pela bateria bem estrutura e longe de clichês o conjunto conseguiu manter uma apresentação consistente em que imperou o entrosamento entre os integrantes e músicas perfeitamente executadas. Quebraram um dos meus principais paradigmas, sempre acreditei que “elas” no comando de uma banda nunca me satisfariam, mas descobri estar redondamente enganado. Sempre vi mulheres em bandas como um ingrediente que ia muito mais para o lado “Vejam como não sou machista” e Blush Azul me mostrou, mesmo eu tendo ouvido zilhões de comentários desfavoráveis de pessoas que as haviam visto a cerca de um ano, que com persistência e experiência homens e mulheres, ou seja lá que for, podem fazer música boa.

A HeyHeyHey! Em sua primeira apresentação fora do seu estado de origem lançaram seu segundo single Pequeno Monstro, que estou ouvindo e achei fantástico,fecharam a noite e conquistaram muitos ouvidos por lá. Eu que já os conheço há bastante tempo não pude deixar de notar o nervosismo deles e alguns erros microscópicos, imperceptíveis para o público novo, mas bem claros para mim que mesmo assim não mancharam a apresentação dos caras que estão em sua melhor forma agora.






No segundo dia do evento não pude chegar a tempo pois tive um problema sério, perdi quase todas as bandas devido a uma infecção intestinal chegoi a tempo apenas de assistir a última banda. SOMOS que se apresentou muito bem e mostrando suas já famosas garrafinhas de bebidas etílicas, tocram musicas do primeiro cd e as, ótimas, músicas do Ep da Vaquinha. Como em todo final de show eles fazem uma enorme improvisação convidando todos os músicos presentes. Entre frases evocadas por Diogo (los Porongas) e a viajem Blues de Saulinho (Camundogs) a noite terminou com uma enorme onda de som num verdadeiro carnaval sobre o palco.
por Luiz Antonio

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Hey Hey Hey, a Metamorfose em PVH #2

Eu, como fã de carteirinha e amigo dos caras posso ser suspeito para falar, mas a banda que mais se mostrou harmônica e conectada às mudanças na cena Rock Independente dessa cidade foi a Fabrica, atual Hey Hey Hey. Com o rock cru e barulhento do início, lá pelo primeiro semestre de 2006, conheci e admirei de prima o som e a cara da banda. Era perceptível que com uma cena voltada quase toda para o "Cover, maldito cover" a sonoridade era, forçadamente mas não sem qualidade, rápida, barulhenta e empolgante e lembrava muito as influências, que iam de Strokes a Franz Ferdinand até a um quarteto de cariocas metidos a Beatles. Assim nessa primeira fase a Fabrica, como um monte de bandas que surgiram no mesmo ano, começava a cativar um público e a cultivar a nova postura de bandas, apresentando muitas (e boas) músicas próprias e aprentações perfeitas. Vale resaltar que até o Festival Beradeiros de 2006 poucas eram as produções locais autorais e, de repente, explode esse monte de bandas inesperadas como Bichu du lodo, Fabrica, Miss Jane e Recato dando assim o potência que faltava para a cidade que carecia de bandas boas e variadas, cansada de ver a luta incessante de (uns poucos) músicos tentando fazer e divulgar seus trabalhos autorais.
Para adiantar as novidades, eles estarão lançando um "disquin" com 4 músicas gravadas em janeiro, se apresentarão em dois Gritos do Rock e compõe um repertório novo.
Entrevistei a atual, "nova, antiga", baixista da HEY HEY HEY falando um pouco sobre música e influências.
O Fundo do Mundo: Neila posso fazer uma entrevista com vc? como baixista da fabrica, pra colocar no meu blog?
Neila: Agora?
O Fundo do Mundo: Sim, só responde umas pergunta aí, sabe aquela velha coisa de sempre.
Neila: Vixi...tá.
O Fundo do Mundo: Qual é o nome da banda?
Neila:
ahh, é a banda é hey hey hey
O Fundo do Mundo: Eu sei que vc já teve outras experiências com banda e já havia tocado na Fabrica há um tempão? e agora com a HEY HEY HEY, qual é a ligação com seu "passado"?
Neila: Hum.. peguei a primeira vez em um baixo na vida quando o Felipe me chamou pra tocar na"Fábrica", cheguei pro meu primo e pedi para ele me ensinar as notas e fui lá no Felipe, pra fazer o teste, até hoje não me considero uma baixista, sou só um pessoa simples que gosta de se divertir de vez em quando tocando, voltar a tocar na hey hey hey foi voltar a sentir a sensação novamente de aprender a tocar de novo... porém agora um pouco mais amadurecida!
O Fundo do Mundo: Fale um pouco sobre as pessoas, ou ídolos, que tem inspiram a tocar e sobre como é essa coisa de fazer música.
Neila: São duas Kim's, Kim Deal, Kim Gordon, quando penso em alguém tocando, ou que gostaria de conhecer, são elas. Nossa, mulheres nota 10!!! Sempre quando esculto, vejo, vem o pensamento de como alguém consegue me fazer ter aquela sensação... elas são poderosas.
O Fundo do Mundo: Sensações, que outro tipo de arte mais vc curte?
Neila: Curto muito fotografia, não só fotos, mais procuro observar os locais onde passo e imaginar cenas de filmes... ou a imagem perfeita pra algum momento, a luz, o tempo, quando assisto filmes observo muito a fotografia dele, o que ela está mostrando, e a personagem, no caso real, as pessoas dentro dessas paisagens, montagens, as cores... Bom eu gosto de fotografia.
O Fundo do Mundo: Tem algum filme que vc acha que teria HEY HEY HEY como trilha ideal? Ou algum que vc assista e diga: esse eu queria fazer uma trilha ou pelo menos escolher as música.
Neila: Não consigo lembrar agora ohh, mais tem sim muitos filmes que eu poderia tirar uma música e colocar alguma da hey hey hey, há, e escolher músicas para filme, eu adoraria escolher a trilha de filmes, os filmes que + gosto ja tem trilha perfeita, como Donnie Darko, não só a trilha como fotografia, adoro este filme.
O Fundo do Mundo: Bem, tem um Clássico, que eu detesto, mas todo mundo gosta, o Trainspotting, com músicas do Velvet Underground e Lou Reed. Você acha que uma cena Rock independente deva abranger outros meios, como cinema e fotografia ou você acredita na música pela música? E a tal da cena que vivemos agora, quais sua expectativas?
Neila: Cena Rock independente, bom seja qual for a cena, acho que música, principalmente boa música, deve estar em todos os lugares possíveis, cinema e fotografia, são formas de expressão assim como a música, fazem um conjunto que me agrada muito, eu acredito na música, e em todas as formas que ela pode chegar a te tocar, entrar em você! Expectitativa... bom o que esperar da música, ela tem tanto caminhos pra percorrer e tantos pra conhecer profundamente...espero que vá longe, depois volte, vá fundo e continue assim só não pode faltar inspiração pra isso... ela precisa só se desligar e se ligar nela, viajar... O
Fundo do Mundo:
Hum... Quais os planos com a Hey Hey Hey e quando vamos poder assisti-los de novo ao vivo?
Neila: Vamos terminar nosso single, "Pequeno monstro", até a metade de janeiro, vai ser lançado na internet, depois vamos gravar o resto das músicas até fevereiro e lançar o resto na internet e em cd, vamos tocar no Grito do Rock, no Acre, que vai ser nos dias 31/01/2008 e 01/02/2008. Vão ser todas as músicas que tocamos no beradeiros e mais uma que estamos terminando.
O Fundo do Mundo: Vou sim. Você pretende compor ou cantar alguma música ou não está nos seus planos?
Neila: Sem pressa estou procurando inspiração para compor uma música, no momento elas estão saindo meio sombrias heuheuehueheu, e essa fase é só minha e não da banda. Cantar não está nos meus planos, no máximo cantar um refrão, ultilizar ela pra ajudar as músicas a ficarem melhores...algo assim.
O Fundo do Mundo: Para finalizar, sei lá, qual outra banda vc mais curte atualmente na cidade? Sem ragação de Seda, por favor...
Neila: Curto? ah, eu gosto da Made in Marte, mais os caras estão meio parados... ah curtir, curtir, sei lá, a Recato esta mostrando que esta trabalhando na qualidade de suas músicas, isso é muito bom, o que eu posso dizer + no momento... só isso mesmo, do que estou vendo por ai! O Fundo do Mundo: Valeu pelo seu tempo e paciência!!!


-Logo estaremos resnhando o Ep Pequeno Monstro aqui.
por Luiz Antonio

domingo, 13 de janeiro de 2008

Porto Velho e a Lendária época das "barcas" #1

Seria demais pensar que houve um tempo em que o Rock autoral não tinha quase nenhum valor e que mesmo assim a juventude de PVH se sentia amparada e reunida sob a égide da música, mesmo que cover. Falo da época das famigeradas "barcas", eventos que se multiplicavam e pipocavam quase que todo fim de semana na cidade. Foi nessa época que começaram a se formar as várias bandas que, hoje, formam a "cena" de Porto Velho. Também vários dos contatos e grupos foram formados e se especializaram durante esse período.
Embora na época eu fosse apenas um estreante na barcas, com apenas 16 anos, pude perceber muito do que agora tento analisar. Em meados de 2002 a OFICINA DO ROCK ainda estava na ativa e foi por lá que eu conheci a conceitos e musicas que até hoje me orientam musicalmente, havia uma enorme proliferação de bandas de estilos variados e que geralmente seguiam a sonoridade de alguma banda mainstream famosa. Era fácil encontrar, entre os garotos, cópias de sid vicious, kurt cobain, axl rose e renato russo, isso sem falar na enorme variedade de metaleiros que vão de um paradoxal metal "cristão" a um metal gótico -nunca entendi essas coisas- mas não me ficava claro qual era exatamente o perfil da coisa toda. Mesmo sendo PVH uma cidade com um público restrito em matéria de rock, nunca vi "eventos" mais animados e com um ar de união tão grande, quero dizer que mesmo que as bandas que estivessem tocando não agradassem a todos, que mesmo que você tivesse um visual punk e o cara a dois dedos de você vestisse uma camisa do iron maiden havia um sentimento de unidade, de um caminho único e uma forma de se fazer música.
Depois do fechamento da OFICINA DO ROCK em 2004 -bem, eu tenho vários cartazes, colecionador que sou, das "última"s festas lá- o rock não parou e se viu bem representado no coletivo TRIBO do ROCK, sempre com reuniões barulhentas e uma postura engajada foi o início do que é o BERADEIROS hoje. Me lembro bem de várias pequenas festas, organizadas por toda a cidade onde o palco era uma varanda de uma casa e muitas vezes o público todo não cabia dentro deixado a rua interditada. Houve também o lado ruim com colossais brigas e o clássico problema com a vizinhança, mas nada de grave. Desse período posso destacar as bandas COVEIROS, DETROID, SUICíDIO VOLUNTÁRIO, MERDA SECA e um monte de bandas de new metal que não existem mais. Muitas vezes apareciam pequenos "conjuntos", formados por rapazes bem arrumadinhos e fofos com instrumentos novinhos e covers muitíssimo bem ensaiados, esses grupos não resistiam muito tempo pois não traziam nenhuma Vibe ou emoção, nem mesmo um bom show. Os principais eventos aconteciam com a dobradinha Punk/Metal -confesso que às vezes nem eu sabia qual dos quais era qual- o que foi crucial para construir o "público" da capital, como se vê nos festivais de hoje.

Em 2005 acontece o primeiro FESTIVAL BERADEIROS, que eu não assisti, mas foi um marco na produção local. Daí em frente tudo vem se tornando mais e mais profissional, em todos os sentidos, o que fugiu um pouco à verve original do rock de "garagem" de PVH, mas foi como um mal que estirpou os defeitos e alguns erros que impediam da coisa crescer. De fato, ganhamos em vários sentidos, mas há algumas incoerências que precisam -devem- ser sanadas. Com a "enchurrada" de bandas que surgiram nos últimos dois anos o público mudou, as bandas mudaram e muita coisa ainda vai acontecer. Mas tenho um certo orgulho em olhar o passado e poder dizer que de alguma forma fiz parte dessa mudança. Que a música autoral seja cada vez mais valorizada e que não nos deixemos levar por cabeças pequenas e conservadoras.

por

LUIZ ANTONIO